Luto - Museu Nacional

Perdemos o passado nesse presente. Descaso da mais absoluta negligência. Que futuro tem um país que queima suas raízes, seu passado, sua memória? Compartilho com vocês um texto que recebi:

“Todos que por aqui passem protejam esta laje, pois ela guarda um documento que revela a cultura de uma geração e um marco na história de um povo que soube construir o seu próprio futuro” – Inscrição na entrada do Museu Histórico Nacional.

Queimamos o quinto maior acervo do mundo.

Queimamos o fóssil de 12 mil anos de Luzia, descoberta que refez todas as pesquisas sobre ocupação das Américas.

Queimamos murais de Pompeia.

Queimamos o documento de assinatura da Lei Áurea

Queimamos o sarcófago de Sha Amum Em Su, um dos únicos no mundo que nunca foram abertos.

Queimamos o acervo de botânica Bertha Lutz.

Queimamos o maior dinossauro brasileiro já montado com peças quase todas originais.

Queimamos o Angaturama Limai, maior carnívoro brasileiro.

Queimamos alguns fósseis de plantas já extintas.

Queimamos o maior acervo de meteoritos da América Latina.

Queimamos o trono do rei Adandozan, do reino africano de Daomé, datado do século XVIII.

Queimamos o prédio onde foi assinada a independência do Brasil.

Queimamos duas bibliotecas.

Queimamos o pergaminho datado do século XI com manuscritos em grego sobre os quatro Evangelhos, o exemplar mais antigo da Biblioteca Nacional e da América Latina.

Queimamos a Bíblia de Mogúncia, de 1462, primeira obra impressa a conter informações como data, lugar de impressão e os nomes dos impressores, os alemães Johann Fust e Peter Schoffer, ex-sócios de Gutemberg.

Queimamos A crônica de Nuremberg, de 1493, considerado o livro mais ilustrado do século XV, com mapas xilogravados tidos como os mais antigos em livro impresso.

Queimamos a Bíblia Poliglota de Antuérpia, de 1569, Obra monumental do mais renomado impressor do século XVI: Cristóvão Plantin.

Queimamos a primeira edição de “Os Lusíadas”, de 1572.

Queimamos a primeira edição da “Arte da gramática da língua portuguesa”, escrita pelo Padre José de Anchieta em 1595.

Queimamos o “Rerum per octennium…Brasília”, de Baerle (1647), com 55 pranchas a cores desenhadas por Frans Post.

Queimamos exemplar completo da famosa Encyclopédie Française, uma das obras de referência para a Revolução Francesa.

Queimamos o primeiro jornal impresso do mundo, datado de 1601.

Queimamos um pouco da História do Brasil e da Humanidade…”

Fotos: Leo Correa/AP e Reprodução/Museu Nacional

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3 Comentario(s)

Simone disse:

Bilhões foram gastos na construção de novos estádios, que estão aí subutilizados. Agora vemos a negligência da gestão pública, pois sabemos que nada foi feito para preservar este patrimônio nacional.

Sueli martins disse:

Muito triste.
Vamos lutar para preservar os outrosmuseus do Brasil.

Fabiana Queiroz Khadija disse:

muito triste e desapontada. tantas novas obras no Rio, com gastos de milhoes. A construcao do museu do amanha, 2 estacoes de metro de distancia da tragedia. Gastos fora do normal e esquecendo de nossas raizes e Cultura. Nao sei onde vamos parar..Obs nao consigo acentuacao para esse texto, a configuracao nao esta permitindo. Mas deixo minha indignacao como cidada brasileira, junto aos muitos brasileiros cansados de protestar …:(

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