Chame-a pelo nome oficial, intuição, ou por qualquer apelido, como premonição, pressentimento. Intuição existe e é uma forma de conhecimento, quando a gente nem sabe como sabe, apenas sabe porque sente e está vivo.
Você certamente já teve essa sensação. Aparentemente está tudo certo, mas tem alguma coisa que não ‘bate’, não ‘fecha’. Não é um pensamento, porque não brota daquela atividade contínua da cabeça. É uma sensação de incômodo existencial, que pede um ajuste, que exige um movimento em outra direção, uma decisão diferente daquela que você está prestes a tomar, traduzido muitas vezes como um ‘algo me diz que’.
E diz mesmo. Diz coisas como “Não, querida, não vá por aí, esse é o caminho errado!” ou, “esse lugar não é pra você, fuja agora ou apenas, “não coma isso”. Não são vozes do além, nem é fruto de uma esquizofrenia. Essa comunicação traduzida nessas frases é a voz da realidade tentando falar com você. Ela é fruto de muitas informações que você já absorveu, mas não processou oficialmente, talvez porque nem saíram do seu insconsciente para o consciente.
A intuição é um tipo de conhecimento, um canal de entrada de dados que a gente deve manter sempre aberto, para nosso próprio benefício. Mesmo que você não atenda esse chamado, é importante escutá-lo. Às vezes serve só para adiar uma decisão em alguns minutos, o suficiente pra você não entrar em uma fria. Ou entrar e sair rapidamente dela.
Hoje, na nossa vida mergulhada em celulares, temos deixado de lado essa importante ferramenta. Não deveríamos. Porque é justamente nas relações online que mais precisamos dela.
Se sua intuição não estiver falando com você, tente se desconectar um pouco das telas e conecte-se novamente com o mundo a sua volta. Olha ao redor, deixe que seus sentidos captem tudo, sintam tudo, decodifiquem tudo, sem esforço. Apenas sendo parte da realidade. Apenas vivendo de forma inteira. Certeza que sua intuição rapidamente vai voltar a falar com você. E é bem capaz que a primeira coisa que ela diga seja… ‘oi sumida!’.
ROSANA HERMANN
Escritora, corredora e tricoteira, sempre ligando pontos e tecendo considerações.
rosana@gmail.com |
Adorei o texto, pois tenho fortes intuições. O currículo da autora também achei ótimo: escritora, corredora e tricoteira.
Obrigada, Antonio Carlos! Sinal que temos muito em comum 🙂
Gostei muito do texto e intuição também é uma pessoa médium, a diferença é que não vemos e não escutamos, sentimos. A minha intuição é tão forte, que sinto quando meus filhos estão bem ou não, sobre tudo a minha volta. Valeu pelo texto, Rosana Hermann