A Alma Imoral

Entre o que é bom e o que é correto, fico com o que faz a minha alma voar. Com o que faz meu Espírito encontrar Deus quando silencio minha mente e compreendo o propósito de cada Agora. Fico com aquilo que faz meu corpo físico vibrar que quase se dissolve.

E nessa reflexão, reverbera em mim o quanto ainda julgamos a nudez do corpo enquanto a nudez da alma é pouco explorada. Pelo menos de forma consciente.

Haja coragem pra mergulhar nas profundezas do nosso ser, de tal forma que a nossa alma fique nua. E como é bela a alquimia que acontece quando o fogo da nossa vontade se une com a fluidez das nossas águas.

Talvez nada disso faça sentido pra você que lê isso agora ou talvez faça.

Mas afinal, há algo mais vivo do que escutar a voz da sua própria alma? A quantas anda seu movimento interno? E externo?

Você tem se colocado a serviço de algo maior todo o seu potencial? Quando a gente não utiliza todo nosso potencial, atrapalhamos o potencial dos outros. Isso serve pra mim, pra você, pra cada um de nós.

Pode ser que essas palavras fiquem soltas, mas nas entrelinhas há tanta coisa a se compreender, que só mesmo o silêncio da observação pra dar conta.

Voemos então, em direção ao movimento que nossa alma pede. Não há traição maior do que a que cometemos com nós mesmos quando nos estagnamos no apego. Movimento é cura. Quando você não entender direito o que está acontecendo, ou o porquê do que está acontecendo, procure dançar com seus sentimentos.

A semente da gratidão sempre brota dentro de mim quando encontro dança nos meus caminhos. É como se a terra ficasse fértil e respirasse com mais calma, então eu compreendo cada desafio como um privilégio.

Essa reflexão veio através da peça de teatro A Alma Imoral e direciono a minha semente da gratidão à Clarice Niskier. Assim como a Deusa Eurínome, ela criou novos Universos dentro de mim dançando sua arte. Li que Eurínome dançava feito louca em cima do mar. Sejamos todas Eurínomes então, dancemos sobre nossas águas internas, criando nossa própria realidade.

Quem sabe no silêncio de tantas danças tenhamos olhos pra ver. Como na citação do Nilton Bonder, autor da peça:

“Aquele que não enxerga, não sabe o que não vê. Porque quando sabe o que não vê, de alguma forma, já está vendo. Já o que vê, pensa que tudo o que vê, é o que é. Mas quando sabe, que nem tudo que vê é o que é, vê o que não é.”

Carla Labate Atriz, professora de yoga e meditação, com o propósito de compartilhar consciência através da arte labate.carla@yahoo.com.br
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1 Comentario(s)

Alcione cidronio santana disse:

acho muito válido a cada dia enconyratarmos formas e mecânicos pra nós encontrar nos conhecer melhor

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