Uma das principais dúvidas de quem está começando a estudar tarô é: “qual baralho devo escolher?”. Há dois tipos principais de tarô: o de Marselha (e derivados) e o de Rider-Waite-Smith (e derivados). Cada um deles tem dezenas de variações. Há quem prefira os de Marselha, há quem prefira os de RWS. Há outros tipos de tarôs também, mas, neste artigo, vou me concentrar nesses dois principais.
O de Marselha é dos mais antigos e tradicionais. Não foi o primeiro tarô (esse foi o de Visconti-Sforza), mas foi o que percorreu os séculos e consolidou o uso do tarô, tendo na versão de Jean Noblet, de 1650, seu mais antigo exemplar.
O tarô RWS foi criado em 1909 pelo ocultista Arthur Waite e pela artista Pamela Colman Smith e, ao longo do tempo, se tornou o tarô mais popular de todos.
A maior diferença entre o tarô de Marselha e o de RWS é, sem dúvida, o fato de o tarô de Marselha só conter imagens que remetem ao significado da carta nos 22 arcanos maiores, enquanto o tarô de RWS tem ilustrações que remetem ao significado da carta em cada um dos 78 arcanos.
Essa alteração facilita o aprendizado e a utilização das cartas, pois basta olhar para a carta para depreender seu sentido. Por outro lado, há quem prefira justamente não ser tão influenciado pelas imagens, para poder deixar a imaginação correr mais livremente.
É uma decisão pessoal. Eu me encantei pelo tarô de RWS, gosto das imagens e do simbolismo evidente e nunca usei o de Marselha, a não ser em meus estudos. Rachel Pollack e Mary K. Greer, duas mestras do tarô, também usam o RWS.
Por sua vez, Sallie Nichols, autora do clássico “Jung e o tarô”, usava o tarô de Marselha – porém descartava todas as 36 cartas numeradas de 2 a 10, por considerá-las “relativamente desinteressantes”. Alejandro Jodorovsky usa também este tarô, e conta em seu livro “O caminho do tarô” que ganhou um RWS da Leonora Carrington, mas desinteressou-se por ele depois que André Bréton disse que os símbolos desse baralho eram muito óbvios.
Outra diferença estrutural entre os dois tipos de baralhos é a inversão das cartas 8 e 11 – no de Marselha, representadas pelas cartas da Justiça e da Força, e no de RWS, pela Força e pela Justiça.
Levando essas diferenças em consideração, você deve escolher um tarô com o qual se identifica e que goste de usar, seja ele baseado no padrão Marselha, seja baseado no padrão RWS.
Em tempo: para ser considerado um tarô, o baralho deve ter 78 cartas. Há baralhos com outras configurações, como o baralho cigano, também conhecido como Lenormand, que possui 36 cartas.
Talita Cardoso Lima
Diplomata e taróloga. Usa o tarô para autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. www.tarotdiario.com.br / @tarotdiarioblog
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Adorei. Sempre que puder escreva. Vc tem muito conhecimento.
Maravilhosa como sempre! Que essa fonte de sabedoria jamais se esgote. Obrigada. 👏👏👏👏👏