Estou oferecendo um “Curso de Querida” para todas as mulheres que querem transformar a tristeza em beleza
Uma colega da faculdade que só me procura para pedir “favorzinhos de cinco minutinhos”, ligou para me convidar para uma live. Como eu não poderia participar, ela pediu outro “favorzinho”: divulgar a live no meu Insta, já que “tenho milhões de fãs e seguidoras”.
Ela falou bem mais do que “cinco minutinhos”:
“Você é muito corajosa, você se expõe muito, escreve coisas que ninguém tem coragem de dizer, mas de um jeito meiguinho e simplezinho. Por que todo mundo gosta de você? Como você consegue não brigar com ninguém? Você fez um Curso de Querida?”.
Com certeza ser “meiguinha, simplesinha e querida” não é um elogio em um mundo de gente arrogante que exibe seus currículos como sinais de superioridade.
Sinceramente, não entendo quando alguém diz que sente inveja de mim: não durmo, sofro de ansiedade excessiva e, por mais que eu trabalhe sem parar, me sinto impotente e angustiada por não conseguir fazer mais do que faço. É pouco, muito pouco… Eu invejo quem consegue dormir quatro horas sem precisar tomar um ansiolítico e não sofre de impotência existencial.
Sempre me senti um “peixe fora d’água” nas competições, brigas e intrigas típicas do mundo acadêmico. Já fiquei doente por não saber como lidar com as crueldades de um ambiente tão destrutivo. Infelizmente, nenhum ambiente de trabalho (e até mesmo familiar) está livre da competição, inveja e fofoca.
Senti muita raiva de perder tempo com uma conversa tão desagradável e quase interrompi a fofoqueira de plantão com uma frase de Epicteto: “Você desconhece meus outros defeitos, ou não mencionaria somente esse”. Mas, como fiz um “Curso de Querida”, preferi ser “meiguinha” e encerrar a verborragia maledicente com uma frase genial da Tati Bernardi: “Se você for falar mal de mim, me chame. Sei coisas terríveis a meu respeito”.
Como aprendi a transformar minhas tragédias em comédias, estou pensando em oferecer, gratuitamente, um “Curso de Querida”.
Será que alguém vai se inscrever?
![]() Mirian Goldenberg
Antropóloga e pesquisadora sobre envelhecimento e felicidade -
miriangoldenberg@uol.com.br
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Eu querooo 🙏🙏🙏