A natureza é uma constante morte e renascimento. Tudo no Universo é um eterno movimento de expansão e contração. E nós seres humanos, somos como poeiras das estrelas, portanto não seríamos diferentes. É como se tudo fosse uma continuação do Big Bang. As batidas do nosso coração, a nossa respiração, o sexo. E o êxtase é perceber que é tudo uma coisa só.
O sexo tem um propósito que transcende apenas o prazer ou a procriação. É reconhecer a presença da energia feminina e masculina dentro de cada um e o quanto a harmonização dessas duas polaridades pode tornar-se uma alquimia sagrada.
A nossa busca é equilibrar o yin e o yang presente em todos os seres, independente do gênero que a pessoa se reconhece.
Permitir-se vivenciar uma experiência sexual profunda, com respeito e reverência a si mesmo e ao outro, é abrir mão dos controles do ego, é compartilhar um pouco da sua alma, uma prática de auto entrega. É permitir que o outro seja bem-vindo no seu ser. É morrer e renascer em si mesmo.
Não há exatamente um ponto final, um lugar pra chegar, o segredo é o caminho. Tantra é um caminho. E de preferência um caminho do meio, de buscar um centro, de equilíbrio. Tan é Yang e Tra é Yin.
Qualquer extremo é desequilibrante e há muitos seres que se alimentam da energia sexual de forma sombria, para dominar o outro, muitas vezes até inconscientemente. E não imaginam o mal que estão fazendo a si próprios.
Mas a busca pelo Tantra na Luz, é cultuar constantemente o Divino em você e no outro.
É meditação. É dança. É estar presente.
É uma reconexão profunda, intensa e gentil.
Somente quando existe a presença de AMOR, que é a energia mais sublime do Universo, há uma expansão e ancoragem no chakra do coração. E então uma energia começa a se elevar e se alimentar de Prana, o sopro vital do eterno, e isso é o oposto de um esvaziamento.
É como cultivar um jardim, permitir que alguém olhe nas profundezas das janelas da sua alma, com graça e leveza, se libertando de julgamentos, com respeito e acolhimento por cada parte do seu corpo e do outro.
E a experiência de sentir a música que surge na sintonia da respiração, do toque, o som sutil de coração pra coração, torna possível que todas as células desse templo em que a gente habita, se expandam em uma verdadeira sensação de explosão interna.
Mas não precisa necessariamente chegar a um orgasmo ou até mesmo ao ato sexual pra que um processo de expansão da consciência, cura e equilíbrio dos chakras aconteça.
A energia orgástica é a energia que dá a vida. Ou seja, que CRIA. Portanto, a energia sexual é também uma energia criativa. Mesmo quando não se está trocando algo diretamente com outra pessoa é possível cuidar de si e conduzir essa energia através da arte, da dança, do canto, da pintura.
Que todos nós possamos nos reconectar com grande respeito pela energia que começou o Universo. Nós somos todos uma continuação do Big Bang.
Carla Labate
Atriz, professora de yoga e meditação, com o propósito de compartilhar consciência através da arte
labate.carla@yahoo.com.br |
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