O mês de outubro é dedicado à conscientização sobre o câncer de mama em mulheres em nosso país e no mundo. É este o tipo de câncer que mais acomete as mulheres, sendo o autoexame e as consultas periódicas ao médico, as formas mais importantes para a prevenção, diagnóstico e tratamento desse problema.
O que muitos não sabem é que as gatas e cadelas também podem sofrer do mesmo problema.
Atualmente a campanha foi expandida, por isso, o Outubro Rosa Pet foi criado, sendo que essa versão também chama a atenção para que os tutores sejam responsáveis e deem a importância que o tema merece.
O câncer de mama está entre as neoplasias mais comuns nas fêmeas, revelando a importância da prevenção, detecção e tratamento. O sucesso do tratamento e o prognóstico favorável estão muito ligados ao diagnóstico precoce, ou seja, quanto mais rápido o tutor perceber alguma anormalidade nas mamas de sua gata ou cadela, maior será a chance de cura.
Segundo a Abrovet que é a associação Brasileira de Oncologia Veterinária, a castração precoce, ainda no primeiro ano de vida é o principal protocolo de prevenção ao câncer de mama. Portanto, isso rechaça o mito de que precisam cruzar e procriar alguma vez na vida para que não tenham problemas. Ou seja, é exatamente o contrário que muitos tutores pensam, a castração é o método mais eficaz preventivo para o câncer de mama.
“Quando removemos os ovários e útero dos pets, ou seja, realizamos a ovariosalpingohisterectomia eletiva, criamos um ambiente que não favorece o estímulo desse epitélio glandular, reduzindo até 95% as chances do desenvolvimento neoplásico.” Aconselha Stéfanie Vanessa dos Santos, médica-veterinária pós-doutorado em oncopatologia comparada pela A.C. Camargo Câncer Center, professora de pós-graduação do Ippesp e pesquisadora das áreas de patologia comparada, saúde única e medicina da conservação.
A castração também de forma indireta previne outros tipos de neoplasias (câncer), como por exemplo os linfomas felinos, que por meio do controle de natalidade teremos menor frequência de disseminação, ou mesmo os TVTs (tumor venéreo transmissível), muito comum em cães machos e cadelas em situação de abandono. Já se sabe que algumas doenças virais aumentam o aparecimento de câncer.
Os tumores de mama em sua maioria são malignos, sendo a prevalência de 50% em cadelas e 80% em gatas, e o tratamento complementar à castração, também pode ser a quimioterapia, que gera custos e muito trabalho.
A mudança de hábitos é muito importante para prevenção ou mesmo tratamentos, a alimentação natural orientada por veterinário nutrólogo ou mesmo rações de melhor qualidade indicada pelo veterinário, são medidas importantes. Uma rotina de exercícios físicos como caminhadas e brincadeiras com os seus pets favorecem a oxigenação e bem-estar animal, equilibram o peso, e reduzem a chance de aparecimento de tumores.
Em hipótese alguma utilize anticoncepcionais, ou como se diz popularmente “vacina anticio” e “vacina que corta a gestação” para cadelas e gatas, uma única aplicação aumenta consideravelmente o risco de tumores de mama.
O tutor atento é a maior arma contra o câncer de mama, pois ao tocar seu pet, na hora do banho, escovação do pêlo, ou mesmo quando estiver brincando, poderá identificar caroços, nódulos, feridas ou algo estranho na região das mamas, e ao perceber algo dessa natureza procure o médico veterinário para avaliação imediatamente. Outros sintomas como, falta de apetite, emagrecimento, apatia podem acompanhar o tumor mamário.
A conduta veterinária passa por anamnese (histórico da lesão), avaliação clínica, e exames laboratoriais como o hemograma, bioquímico e citologia aspirativa do nódulo, e exames de imagem como a radiografia e a ultrassonografia abdominal.
Dependendo desses resultados procede-se a cirurgia para a retirada de uma mama, ou até mesmo as duas cadeias de mamas, chamada mastectomia bilateral.
Esse material pode ser enviado para a biópsia, o exame histopatológico, que informará a origem desse tumor, se é benigno ou maligno.
A partir desses resultados e somado a avaliação clínica e de exames laboratoriais e de imagem, pode-se recorrer a radioterapia ou quimioterapia.
![]() Diogenes Augusto Consolino
Médico Veterinário, clínica e nutrologia veterinária.
Diogenes.consolino@hotmail.com
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