Mas e a proteína?

Constantemente me deparo com a seguinte pergunta: “Mas e a proteína?” quando digo que não como produtos de origem animal. Fomos catequisados pela indústria alimentícia que deveríamos nos preocupar com a ingestão de proteína, com o cálcio e assim por diante. Não nos espanta hoje em dia em saber que o consumo de leite animal não é uma fonte segura e absorvível de cálcio, pelo contrário, uma vez que para ser absorbido necessita do magnésio e também da vitamina D. Assim produtos ricos em cálcio e magnésico como a couve, o brócolis, o repolho, o tofu, o gergelim, são muito mais absorvíveis que o cálcio do leite animal e não estão poluídos com aditivos químicos e penicilina oriunda das mastites das vacas leiteiras. O melhor alimento que existe sim é o leite, sem dúvida, mas é o leite materno, o de sua mãe, não da vaca. Já dizia um texto milenar: “cada um segundo a sua espécie”.

O leite materno é dotado de todos os nutrientes, minerais, vitaminas e proteínas necessárias para o desenvolvimento físico e intelectual dos bebês. E quanto de proteína tem o leite materno? Menos de 1% do seu peso total. Talvez seja o leite com menor quantidade de proteína que exista entre os leites de origem animal. Isto nos ensina uma lição básica: o quanto realmente necessitamos de proteína.

A indicação de ingestão de proteína vem sendo recalculada de 13% das calorias diárias, para 10%, 7%, 5%, etc. Atualmente a recomendação média é de 0,8g a 0,9g de proteína por quilo ideal. Ou seja, se meu peso ideal é de 80kg, então a minha necessidade de proteína seria em torno de 64g de proteína no dia inteiro, não é por refeição. Algumas associações e institutos de câncer no mundo recomendam ainda que a ingestão segura, por questões de saúde seria de 38g para homens e 29g para mulheres.

As proteínas vegetais podem fornecer todos os aminoácidos essenciais, não há necessidade de combinar proteínas complementares como se imaginava antes.

Vejam por exemplo o caso do: gorila, búfalo, bisão, elefante, e tantos outros animais dotados de força extrema. O reino vegetal e dos fungos é repleto de toda a proteína que necessita. Alimentos como quinua, sementes de abóbora, tofu, spirulina, amaranto, trigo sarraceno, pistache, chia, sementes de cânhamo e o nosso arroz com feijão tem o que é conhecido como todos os aminoácidos essenciais, o perfil completo de proteínas.

Mesmo assim, o nosso corpo mantém piscinas de aminoácidos livres que podem ser usados para fazer toda a complementação para nós, sem mencionar o enorme programa de reciclagem de proteínas que nosso corpo tem. Cerca de 90 gramas de proteína são despejados no trato digestivo todos os dias do nosso próprio corpo para serem quebradas e remontadas, e assim o nosso corpo pode misturar e combinar aminoácidos em qualquer proporção que precisamos, em tudo o que comer, o que torna praticamente impossível projetar uma dieta de alimentos vegetais que é suficiente em calorias, mas deficiente em proteínas.

Então, da onde tiro a minha proteína? Da mesma fonte que vem a sua: do mundo vegetal!

Marcelo Facini Consultor em gastronomia funcional Instagram: marcelofacini
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2 Comentario(s)

Rafael Farias disse:

Tbm como proteína do ovo, do leite, da carne….. grãos tbm e muito leite !

Esmeraldo Matos de Azevêdo disse:

adorei!!

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