Existem tantos tipos e tantas manifestações do medo. Há o medo instintivo, o medo necessário, aquele que nos protege, até mesmo aquele que nos ajuda.
Mas também existe o medo adquirido, fabricado dentro de nós, aquele que é inútil, que atrasa nossa vida, é perturbador, nos paralisa. Aquele medo que frequentemente nos mantém prisioneiros e a gente não sabe como se libertar.
O medo invade a mente, as emoções e o corpo. Ele pode dominar.
Existe o medo do amor, de se entregar completamente e onde isso pode levar. Medo do que pode acontecer se você der um determinado passo. Medo de ferir os outros, medo de não agradar, medo da rejeição, medo de ser verdadeiramente autêntico e assim por diante.
Muitas vezes as pessoas buscam alívio no caminho espiritual. Buscam vibrações positivas de amor e luz, mas o fluxo do medo continua na alma. Mesmo com a intenção de livrar, acabam criando apenas uma fachada, uma camada de verniz de coragem.
No fundo quem esconde seu medo, sem querer o protege. Porque o medo se instala quando abrimos espaço para isso nas camadas mais profundas da nossa identidade.
O problema é que nos identificamos com o medo, como se fosse parte do nosso ser. E não é.
A questão é: como lidar com o medo que já está instalado dentro de cada um?
Quais os passos efetivos para que esse sentimento que tanto prejudica seja liberado?
Se a gente pegar, por exemplo, um dos maiores como o medo da morte, vai perceber que ele é, na verdade, medo da vida, pois nada sabemos da eternidade, e tudo é muito vago e difuso.
Esse medo não tem nada a ver com nosso instinto de sobrevivência, que é um dos medos saudáveis.
A gente carrega inconscientemente uma ideia de impermanência, mas ela poderia ser revista de uma nova maneira. Trazer um novo significado, uma nova perspectiva: a de aproveitar e agradecer essa bela passagem por esse planeta e nosso tempo de vida. E fazer o melhor que puder disso. Ser vulnerável e completamente feliz.
A única forma verdadeiramente eficaz e duradoura de superar o medo, de dissolver esse sentimento é o confronto direto.
Encarar de frente, entrar nele e explorar profundamente essa força negativa. Assim você inicia um processo de crescimento evolutivo.
Transmutar um pensamento ruim e imaginar o melhor resultado possível para qualquer situação. Visualizar aquilo que você gostaria que acontecesse. A gente muda a perspectiva e neutraliza o que faz mal.
Sempre no nosso trajeto encontramos encruzilhadas. Cada escolha pode transformar aquele momento da vida num inferno ou num paraíso. Meu livro JOGO DA FELICIDADE mostra quais escolhas fazer em cada uma dessas etapas.
Porque cada escolha feita nos traz um resultado e muitas vezes vamos precisar passar por um pequeno inferno como aprendizado. E é nesse momento que a preparação espiritual é essencial para a motivação continuar. E para a determinação de seguir até descobrir o céu, ou seja, aquilo que você sonha.
Nesse tipo temporário de “inferno”, sua alma vai confrontar situações indesejadas. Você enfrenta tudo aquilo que não quer encarar. Mas é justamente isso que precisamos para superar e evoluir.
O difícil, o dolorido, o que incomoda representa uma oportunidade de ouro para lidar com a limitação, compreender, superar e expandir.
Esse é o grande desafio e ele sempre vem com uma expansão incrível.
Cada vez que a gente se depara com medo, temos uma oportunidade de crescer.
A possibilidade de se livrar daquilo que nos prendia e deixar a alma voar livremente.
Existe uma imensa alegria por ter vencido uma etapa dura e ter recuperado a boa energia.
A tendência em geral é varrer a dificuldade pra baixo do tapete. Adiar. Procrastinar. Acreditar que a coisa vai se desfazer, se dissolver sem a nossa ajuda.
Isso cria resultado interno muito perigoso – cria conflito, polaridade dentro de nós.
Você vive com medo, se vitimiza e ainda por cima se culpa.
Olha quanta confusão foi gerada sem você ter essa intenção.
As pessoas vivem suas vidas e moldam realidades nessa forma de negação. E aquilo que a gente mais evita, é justamente o que mais aparece.
A pessoa fica dentro de um relacionamento insatisfatório, por exemplo, ou não termina um trabalho, ou continua com alguma coisa que não está fazendo bem. E não toma uma atitude por medo.
O medo representa uma desculpa interna pra não agir. Mas ele se propaga e mina a saúde, a auto estima, a felicidade.
Veja como lidar com o medo em cinco etapas:
1. Localize o seu medo interno e descubra sua raiz.
2. Veja que o peso dessa bagagem carregada é muito pior do que o pior resultado possível.
3. Esteja preparado para desmoronar. Se o medo está controlando você e faz parte do seu sistema, mexer com ele vai mexer profundamente com você. Você pode se sentir perdido, mas o lado seu que está se perdendo, na verdade, vai te aliviar. Assim, você está se fortalecendo.
4. Aprenda a ser livre. A gente se apega aos nossos medos até por medo de ser livre. De ser individualmente dono de suas escolhas. O medo que aprisiona é uma falsa idéia de segurança. Na verdade você se movimenta com um peso insuportável e desnecessário.
5. Liberte seu espírito. A liberdade de ser pleno é a grande conquista. O auto conhecimento, a procura da expressão natural de alegria, expansividade e a possibilidade de ir na direção que sua alma quer.
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