Era das trevas, era da Luz

Desde os tempos ancestrais, nas Escrituras Sagradas, livros épicos, em toda a mitologia, nos fundamentos de religiões mais remotas, a maioria de livros escritos por mestres, citam uma passagem que parece retratar o momento complexo que vivemos hoje. Todos falam de um terrível período de confrontos, antagonismos, caos e pragas que inevitavelmente o mundo iria atravessar.

Segundo os Vedas, por exemplo, estamos na última das 4 etapas da Idade das Trevas.  Na fase final de uma era dominada por Kali Yuga, um demônio mítico. Ele semeia ódio, conflito, discórdia, desarmonia, disputa, enfrentamento, confronto, vingança, maldade, vício, epidemias e cataclismos.  A história  é cíclica e se repete. A Terra, mais uma vez, passa por uma etapa de degradação humana, um período apocalíptico.

Os Puranas, antigos textos hindus, que narram a história do mundo desde a Criação, trazem também uma boa notícia: vamos chegar a uma trégua. Ao invés do fim do mundo, virá o advento de Kalki e uma grande transformação. Kalki  é o décimo e ultimo avatar de Vishu, deus do Hinduismo, protetor do Universo. Ele é descrito como aquele que recupera a existência, encerrando um período escuro e destrutivo da humanidade para iniciar a Era de Ouro, a era da justiça para os homens.

Esse mesmo conceito se encontra em quase todas as religiões e mitologias, com a ideia de um Salvador, uma força invisível e indestrutível, que virá acabar com todo o mal e trazer paz para o mundo.   O significado dessa esperança nesse momento, é uma luz que aponta uma direção quando todos parecem perdidos.

Mas o que seria essa grande transformação? Estamos todos enfrentando uma sucessão de desastres de proporções incalculáveis. Como indivíduos, estamos fazendo o possível para cuidar de nós mesmos, de todos e tudo ao nosso alcance.  Ver as coisas numa dimensão maior vai nos ajudar a superar tudo isso com novos valores.  Repensar como estamos vivendo, rever hábitos, idéias e sentimentos e buscar serenidade. Será que nos distanciamos da sensatez, do ponto de equilíbrio? Trocamos o bom senso por convicções extremas, que nos colocam uns contra os outros?  Defender o que acreditamos é importante, mas não pode nos separar criando muralhas.  Trabalhar é muito bom, mas em excesso provoca burnout. Comer é uma delícia, mas em excesso prejudica a saúde, cautela é necessária mas em excesso cria pânico.  Atravessar crises mundiais, pandemias e a disrupção da economia e suas consequências é alarmante.

Mas os valores a preservar são internos. Esse é o momento de rever como vivemos e acima de tudo, como sentimos.  De compreender que o nosso tempo é sagrado, que a nossa passagem por esse lindo planeta precisa de um propósito e a cada dia temos uma chance de melhorar.

Uma das grandes fortalezas do espírito é alinhar o que pensamos, o que sentimos, o que dizemos, o que somos e o que fazemos.  E assim criar um fluxo coerente que nos conecte com as pessoas e com um poder maior, nossa fé, nosso Deus. E é isso que vai nos ajudar a passar da era das trevas para a Luz.

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3 Comentario(s)

Estela Marangoni disse:

Incrível Bruna! Te admiro

Luzia S.Soares disse:

“Uma das grandes fortalezas do espírito é alinhar o que pensamos, o que sentimos, o que dizemos, o que somos e o que fazemos”. Este trecho é a base de percepção que precisamos buscar, para que o ser humano se reequilibre com o planeta em que vive. Nos melhorarmos todos os dias…

Paula silva disse:

Está publicação é inevitávelmente tudo o que penso e sinto… Busco a aprendizagem do encontro da plena felicidade na nova Era que se aproxima ao qual farei parte…

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